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domingo, 5 de agosto de 2012

VI Semana da Arquitetura


   Como falar da atual produção arquitetônica? Essa questão é instigante, pois se refere a tantos aspectos, sejam eles técnicos ou de estilo, ou mesmo ligados a inúmeras correntes de pensamento que tornam essa questão demais plural e abrangente para uma simples resposta.
   A questão que pretendemos debater na Semana da Arquitetura e do Urbanismo da FCT UNESP, é justamente como discernir o atual momento da arquitetura, dito contemporâneo. Diferentemente do século anterior, qualquer tentativa de classificar a produção arquitetônica atual cairá num campo de extrema complexidade, pois a arquitetura atual é plural. Mas onde reside essa pluralidade? Simplesmente na técnica, quando falamos de arquitetura high-tech, sustentável, entre outras possibilidades? Ou será que reside na questão estética e de estilo, quando nos deparamos com movimentos como o desconstrutivismo, neomodernismo, entre outras correntes formais?
   Entendemos que a arquitetura atual, erigida sobre a égide do contemporâneo, abriga uma multiplicidade de manifestações, que torna toda arquitetura possível. Mas afinal de contas, o que é o contemporâneo na arquitetura? Ele abriga tudo, mas ao mesmo tempo fragmenta, na medida em que essa variabilidade da produção arquitetônica gera inúmeras expressões que muitas vezes não mantem a mínima relação logica entre si. Então a dúvida persiste: como entender essa arquitetura?
   A questão talvez seja mais profunda e vá além do projeto em si. A interrogação mais adequada talvez seja quem é o homem contemporâneo e, de modo mais amplo, o que é a sociedade contemporânea. Que arquitetura esse “homem” e essa “sociedade” contemporânea querem e necessitam? Quais as novas problemáticas? Quais os novos aspectos que devem ser levados em conta? Será que uma proposta arquitetônica, tanto técnica quanto formal, de décadas atrás consegue dar respostas às novas problemáticas do contemporâneo? Quem é o arquiteto contemporâneo?
   A pluralidade da produção arquitetônica atual abre caminho para várias possibilidades de atuação do arquiteto contemporâneo. Não há mais cânones, aliás, quem ainda os têm corre grandes riscos, já que vivemos um momento onde afirmar categoricamente qualquer coisa que seja é perigoso demais. Aprendemos isso com os próprios modernos... pela tentativa e erro. Houve, no entanto, alguns acertos. Talvez, o mais importante de todos seja o fato de tentar pensar a cidade como um lugar para todos. Entretanto essa totalidade não pode ser totalitária, por isso esse "todo", agora, é sempre parte, sempre fragmentário, sempre em processo de mudança. Admitir essa nova instância da arquitetura e do urbanismo é nosso maior problema, por isso nos aflige, sempre queremos determinar, impor, classificar. Talvez, a chance que temos agora é a de pensar o todo pelas partes, sem pensar em "ismos" mas na nossa própria realidade, para construir uma cidade possível para agasalhar a complexidade de uma arquitetura da diversidade.
   As questões apontadas apenas elucidam a problemática que pretendemos abordar durante os eventos que compõem a Semana e servem, também, para demonstrar como a questão da arquitetura contemporânea precisa ser mais profundamente debatida a fim de que possamos entender de modo mais profundo a nossa realidade e propor soluções mais adequadas e coerentes para os problemas que a aflige.

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